Não é raro um motorista notar que seu carro está consumindo mais combustível. Talvez um carro que costumava rodar 12 km usando 1 litro de combustível, por exemplo, agora só roda 8 km/l.
O aumento do gasto de combustível é sempre um motivo de preocupação. Não importa se falamos de com um aumento de consumo pequeno ou grande, pois mesmo pequenas perdas de eficiência significam grandes quantias de dinheiro jogadas fora ao longo do tempo.
Infelizmente, não e simples descobrir a razão que leva um carro a gastar mais combustível. Isso porque qualquer problema mecânico, elétrico ou eletrônico tem o potencial de impactar a eficiência do motor. Alguns exemplos são:
• Uma sonda lambda defeituosa
• Um termostato danificado
• Uma vela de ignição problemática
• Um catalisador entupido
• Um bico injetor sujo
E a lista continua.
Na maioria das vezes, contudo, o problema está relacionado a sistemas ou componentes do carro que precisam de manutenção preventiva, como o óleo do motor. Peças desgastadas ou quebradas são mais raras.
Neste artigo vamos mostrar cada um dos componentes que normalmente causam um aumento no consumo de combustível quando falham, começando pelos componentes que causam esse problema mais comumente.
Para facilitar a identificação da causa potencial do problema, descrevemos alguns sintomas que aparecem quando cada componente ou sistema específico para de funcionar corretamente. Também descrevemos alguns testes que servem para verificar o adequado funcionamento de alguns desses componentes.
Na maioria das vezes, sensores ruins, especialmente aqueles em sistemas de controle de emissões, acionam a luz da injeção eletrônica. Mas, mesmo que você não tenha visto o CEL iluminado, verifique a memória do computador de qualquer maneira. Você pode encontrar informações sobre códigos pendentes que podem orientá-lo durante o diagnóstico.
Quando você encontrar um sensor ruim em potencial, tente testar essa peça ou componente para ter certeza de que o sensor está com defeito; o problema pode estar no seu circuito. Uma pequena investigação impedirá a troca desnecessária de peças e economizará frustração, tempo e dinheiro.
Contudo, alertamos que é bom ter em mente que é normal o aumento do consumo de combustível ser causado por defeitos em mais de um sistema ou peça do veículo.
Então vamos começar.
- Como calcular o consumo de combustível
- Sensor de Temperatura do Líquido Arrefecimento do Motor
- Sensor de Oxigênio ou Sonda Lambda
- Sensor de fluxo de ar em massa (MAF)
- Válvula Solenóide
- Velas de Ignição
- Filtro de Ar do Motor
- Válvula Termostática
- Bicos Injetores
- Regulador de Pressão de Combustível
- Vazamento de vácuo gerado pelo motor
- Sincronização da Ignição
- Válvula PCV
- Bomba de Combustível
- Pneus murchos ou muito grandes
- Válvula de Purga do Cânister
- Viscosidade do Óleo do Motor
- Freios travados
- Catalisador
- Problemas no Sistema de Transmissão
- Vazamentos no Sistema de Combustível
- Rodas desalinhadas ou desbalanceadas
1. Como calcular o consumo de combustível
Se você não tem certeza se a quilometragem do seu veículo caiu, o primeiro passo é saber qual é a quilometragem que seu carro está fazendo por litro de combustível (km/l).
Ao invés de seguir cegamente a indicação do computador de bordo do veículo, que pode estar errada, aqui está um método simples para calcular quantos km/l seu carro está fazendo:
I. Encha o tanque até que a bomba do posto desligue automaticamente. Isso lhe dará a informação confiável sobre a quantidade de combustível no seu tanque. Em seguida, anote a quilometragem. Caso não saiba a capacidade do tanque do seu carro procure pela informação no manual do proprietário.
II. Na próxima vez que você for abastecer, anote a quantidade de litros que você utilizou e a quilometragem atual.
III. Subtraia essa segunda quilometragem da primeira quilometragem registrada.
IV. Some a quantidade de combustível que você comprou na etapa II.
V. Divida o número de quilômetros percorridos (o resultado da etapa III) pelo quantidade combustível usado (resultado da etapa IV). O resultado é a relação de km/l que seu carro faz.
Compare o resultado no passo V com a classificação km/l (padrão de fábrica) do fabricante do seu carro e do INMETRO.
Tenha em mente que comparar o km/l do seu carro atual com o fornecido pelo fabricante só dá uma idéia geral da condição de operação do motor. Uma grande diferença pode indicar que seu veículo realmente precisa de algum reparo, mas uma diferença pequena pode indicar apenas um desgaste mecânico normal que ocorre na mecânica dos carros ao longo do tempo. Na dúvida, o diagnóstico de uma oficina confiável é o mais indicado neste caso.
Quando você encontrar um sensor ruim em potencial, tente testar essa peça ou componente para ter certeza de que o sensor está com defeito; o problema pode estar no seu circuito. Uma pequena investigação impedirá a troca desnecessária de peças e economizará frustração, tempo e dinheiro.
Além disso, lembre-se de que se mais de um sistema em seu veículo não tiver sido adequadamente mantido ultimamente (especialmente sistemas de emissões), pode haver mais de um componente que precise de reparo ou substituição.
2. Sensor de Temperatura do Líquido Arrefecimento do Motor
O sensor de temperatura do líquido de arrefecimento do motor (CTS – Coolant Temperature Sensor) é um dos primeiros itens a se checar quando a eficiência energética do seu carro cai significativamente. Esse sensor monitora a temperatura do motor e envia as informações para o computador do carro como um sinal elétrico.
O computador do carro usa essa informação para ajustar a mistura de ar-combustível que é usada no processo de combustão. Se o motor estiver frio, o computador enriquecerá a mistura para que o motor aqueça até a temperatura de operação ideal. Quando o motor atinge gradualmente a sua temperatura correta, menos combustível é enviado para o motor.
Mas como todo sensor, o CTS pode falhar e fornecer a informação errada ao computador do carro. Por exemplo, se o circuito interno se romper, o sensor informará ao computador que o motor está frio, fazendo com que este mantenha uma mistura rica de combustível (mais combustível em relação ao ar utilizado na combustão). O resultado dessa falha é um aumento no consumo de combustível.
Um método simples para testar o sensor CTS é verificar seus valores de resistência quando o motor estiver frio e quente. Para fazer isso provavelmete você precisará ir até uma oficina:
I. Abra o capô e localize o sensor CTS. Geralmente fica ao lado do termostato, que se conecta à mangueira do radiador superior.
II. Desconecte o conector elétrico do CTS.
III. Meça a resistência elétrica nos terminais do sensor usando um multímetro digital. Você deverá ver cerca de 40.000 ohms, dependendo do modelo do carro.
IV. Em seguida, ligue e deixe o motor em marcha lenta por aproximadamente 10 minutos para permitir que a temperatura do motor aumente.
V. Pare o motor e meça novamente a resistência. Desta vez, você deverá obter cerca de 2.000 ohms.
VI. Compare os resultados das etapas 3 e 5.
Deve haver uma diferença na resistência do sensor, refletindo a diferença na temperatura do líquido de arrefecimento. Se a diferença não for significativa, provavelmente seu termostato não está funcionando corretamente. Se ambas as leituras permanecerem as mesmas, provavelmente o sensor não está funcionando.
Um sensor CTS ruim pode atrapalhar outras coisas além da mistura de combustível rico / pobre, como:
• Tempo de ignição;
• Leitura do medidor de temperatura;
• Funcionamento da ventoinha ou eletro-ventilador.
3. Sensor de Oxigênio ou Sonda Lambda
Um sensor de oxigênio, também conhecido como sonda lambda, mede a quantidade de oxigênio nos gases resultantes do processo de combustão que chegam ao sistema de exaustão.
O sensor envia esta informação como um sinal elétrico para o computador. Quanto maior o teor de oxigênio, menor o sinal de tensão (cerca de 0,1 volts). Da mesma forma, quanto menor o teor de oxigênio, maior o sinal de tensão (até 0,9 volts).
O módulo da injeção eletrônica do carro usa essas informações para ajustar a mistura ar-combustível no motor e o tempo da ignição.
Dependendo do modelo do veículo, pode haver uma ou mais sondas lambdas no sistema de exaustão. Geralmente uma fica o coletor de escape, antes do catalisador, e outra fica localizada depois do catalisador.
Um problema comum da sonda lambda é o acúmulo de carbono na ponta do sensor, que impede que ela reaja rápido o suficiente ou prejudica que ele funcione de forma eficaz. Quando a sonda lambda não lê mede corretamente a quantidade de oxigênio, ela enviará informações incorretas ao computador do veículo.
Normalmente, um problema na sonda lambda acionará a luz de verificação da injeção eletrônica no painel do carro. Ao fazer o diagnóstco com o scanner automotivo, você deverá encontrar um código de problema indicando um possível defeito nessa sonda. Antes de fazer a troca, contudo, sempre faça o teste com o multímetro para certificar de que o problema é realmente no sensor em si.
Veja os sintomas de uma sonda lambda defeituosa:
• Condição de mistura de combustível pobre;
• Condição rica de mistura de combustível;
• Mau desempenho do motor;
• Aumento de emissões de gás carbônico (CO2).
4. Sensor de fluxo de ar em massa (MAF)
O sensor de fluxo de ar de massa (MAF) mede a quantidade de ar que passa pelo coletor de admissão e entra no motor. Ele produz um sinal de tensão que é enviado para o módulo de controle do motor, que regula a mistura ar-combustível. O sensor MAF fica no conjunto de entrada de ar do motor.
Se o medidor de fluxo de ar não está enviando nenhum sinal para o computador, ou um sinal incorreto, o volume de injeção de ar no motor fica maior que o normal, aumentando o consumo de combustível.
É possível testar o sinal de saída do MAF usando um multímetro digital. Consulte o manual de reparação do veículo para o método exato para o seu carro.
Não é incomum que um sensor MAF falhe depois de quilômetros de operação ou porque o sensor fica sujo. Certifique-se de que não haja vazamentos de ar. O conjunto do filtro de ar deve estar montado corretamente e as braçadeiras devem estar apertadas. Qualquer vazamento de ar entre o sensor e o coletor de admissão fará com que ele envie dados errados para o computador.
Outros possíveis sintomas de um sensor MAF defeituoso:
• Marcha lenta fraca;
• Aceleração fraca;
• Carro morrendo em marcha lenta;
• Falta de potência do motor.
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5. Válvula Solenóide
A válvula solenóide de controle de ar, ou controle de marcha lenta, permite que mais ar entre no coletor de admissão através do corpo de borboleta (TBI). É usado pelo computador do carro para contornar a válvula de aceleração para aumentar a velocidade do motor durante uma partida a frio.
Um problema comum com a válvula de controle de ar é o acúmulo de carbono que pode interferir no seu funcionamento. O acúmulo pode fazer com que a válvula se mantenha aberta, causando também um aumento na alimentação de combustível para o motor.
Geralmente essa válvula é facilmente acessível para mecânicos experientes, facilitando sua verificação. Uma vez que é removida do veículo, é possível limpar a válvula para remover os depósitos de carbono. Contudo, o circuito elétrico interno da válvula também pode falhar.
Verifique problemas da válvula usando um multímetro digital:
I. Selecione o mulímetro na escala de ohms para medir a resistência.
II. Com o motor desligado, desligue o conector elétrico da válvula de controle de ar.
III. Meça a resistência nos terminais da válvula. Deve-se obter cerca de 14 ohms de resistência, podendo variar dependendo do modelo do carro.
Em seguida, teste a resistência entre cada terminal e o corpo da válvula. Deve-se medir cerca de 10.000 ohms de resistência, dependendo do modelo do carro.
Outros sintomas de uma válvula de controle de ar ruim são:
• Velocidade do motor baixa demais na partida a frio;
• Velocidade do motor muito alta após o aquecimento.
6. Velas de Ignição
Problemas de sistema de ignição podem vir de um módulo de ignição defeituoso, bobina de ignição ou cabos de vela, mas geralmente os problemas ocorrem nas velas de ignição. Esses componentes do sistema se desgastam com o tempo, interferindo na geração da faísca que faz com que a mistura de ar-combustível entre em cobustão.
Muitas vezes pequenos problemas na bobina de ignição, circuitos do módulo de ignição podem danificar os fios das velas e desgastar seus eletrodos, que ampliando o espaço entre eles e passam a funcionar mal.
Contudo, também é comum que os eletrodos fiquem sujos com depósitos de carbono ou óleo, se houver vazamentos. Isso gera falhas ao produzir as faíscas.
É possível remover as velas de ignição e analisar seu estado. Em alguns casos, os eletrodos da vela de ignição requerem um ajuste simples. O mecânico deve verificar a especificação da folga para o modelo de vela usado no seu carro e ajustar a folga usando um calibrador de arame, se for o caso.
Além disso, é indicado sempre testar os cabos de ignição, a bobina de ignição e os módulos.
Outros sintomas de um mau sistema de ignição:
• Mau desempenho do motor;
• Perda de potência do motor.
7. Filtro de Ar do Motor
O filtro de ar limpa o ar que entra no coletor de admissão, prevenindo que sujeira e resíduos entre no compartimento do motor. Eventualmente, as partículas presas entopem o elemento filtrante.
Apesar de ser muito importante, muitos motoristas acham desnecessário substituir o filtro porque ele parece limpo. Além disso, muitas pessoas simplesmente esquecem de substituir o filtro de ar.
O fato é que os filtros de ar entupem com o tempo, por isso é recomendado fazer a substituição a cada 10 mil km.
Quando o filtro de ar está entupido, o motor recebe menos ar do que o correto e aumenta gradualmente o consumo de combustível. E muitas vezes o motorista demora a perceber essa perda de eficiência.
Muitas pessoas não conseguem assimilar um filtro de ar antigo e entupido com o maior consumo de combustível do carro e acabam gastando tempo e dinheiro procurando por outros problemas e fazendo outros reparos.
Um teste de filtro de ar simples é olhar para o filtro contra o sol ou uma luz forte. Se a luz não passar pelo filtro com facilidade, substitua o filtro.
Outros sintomas que indicam um filtro de ar sujo são:
• Baixa potência do motor;
• Marcha lenta intermitente;
• Motor falhando.
8. Válvula Termostática
A válvula termostatática é uma peça importante do sistema de arrefecimento do motor. É uma válvula automática que controla o fluxo de líquido refrigerante a uma temperatura predeterminada que sai no motor. Ela permite que o líquido quente flua para fora do motor e vá para o radiador, mantendo o motor na temperatura ideal de trabalho.
Um elemento dentro da válvula, geralmente de cerâmica, reage à temperatura quente, expandindo-se e abrindo a válvula para permitir que a bomba de água empurre o líquido de arrefecimento para o radiador.
Quando a válvula termostática falha, ela pode ficar presa na posição aberta ou fechada.
• Se a válvula não abrir, o motor irá superaquecer e a luz de advertência ou o indicador de temperatura irão acender, alertando o motorista sobre a situação.
• Se a válvula não fechar, a eficiência da combustão diminuirá, o motor terá um desempenho ruim e o consumo de combustível aumentará.
Outros sintomas de super-resfriamento do motor são:
• Calor insuficiente da função de aquecimento do ar-condicionado;
• Nível de temperatura mais baixa no medidor de temperatura;
• Motor funcionando mal, principalmente em clima mais frio;
• Perda de potência do motor.
Os mecânicos coseguem verificar maneira rápida uma válvula termostática aberta:
• Remova a tampa do radiador.
• Ligue o motor e deixe-o morrer.
• Enquanto o motor estiver ocioso, observe o refrigerante através do gargalo de enchimento do radiador.
• Se você vir líquido de refrigeração passando pelo radiador, a válvula termostática está presa aberta.
No entanto, nem todos os modelos de veículos utilizam um radiador com tampa. Nesse caso:
I. Dê partida no carro e deixe o motor engatado em marcha lenta.
II. Sinta o fluxo de refrigerante colocando a mão na mangueira do radiador superior.
III. Aguarde alguns minutos com o motor em marcha lenta e tente sentir a diferença de temperatura entre a superfície do motor e a mangueira do radiador superior.
IV. Se você observar a superfície do motor muito mais quente do que a mangueira do radiador superior após 5 a 10 minutos de inatividade do motor, o termostato está funcionando bem. Se não houver muita diferença na temperatura, provavelmente o termostato está preso.
V. Para confirmar a percepção, remova válvula termostática para teste.
VI. Se válvula termostática estiver presa ela deve ser substituída.
VII. Pegue válvula termostática com um alicate e mergulhe-a em água fervente.
VIII. A válvula termostática deve abrir.
IX. Remova a válvula termostática da água fervente. Ela deve começar a fechar.
X. Se a válvula termostática não funcionar corretamente, substitua a peça.
9. Bicos Injetores
Bicos injetores com defeito também podem causar aumento do consumo de combustível. Os problemas mais comuns são bicos injetores sujos, que ficam presos e vazando injetores que enriquecem a mistura de combustível do ar.
É possível verificar visualmente os bicos injetores após removê-los do compartimento do motor:
I. Ligue e desligue o motor.
II. Observe o padrão de combustível enquanto o injetor é pulverizado.
III. Deve-se ver um spray fino como um padrão V invertido.
IV. Gotas espessas de combustível ou um padrão irregular podem indicar problemas com os bicos injetores.
É possível ainda fazer testes de verificação visual de vazamento e operação de cada bico injetor separadamente. Um teste bem feito pode dizer se um ou mais injetores têm uma queda de pressão anormal (mais combustível sendo injetado) durante a operação.
Se a sujeira ou o acúmulo de resíduos for a causa de uma má operação do bico injetor, essas peças podem ser limpas usando aditivos e máquinas específicas. Injetores com problemas mecânicos ou eletrônicos internos precisam ser substituídos.
Tenha em mente que um módulo de controle de motor ruim ou sensores defeituosos também podem fazer com que um bico injetor funcione inadequadamente. Se os bicos injetores estiverem em boas condições, verifique o módulo e sensores que possam estar causando uma injeção de combustível no motor excessiva.
Outro sintoma de bicos injetores ruins são:
• Motor com arrancada fraca;
• Perda de potência em altas velocidades.
10. Regulador de Pressão de Combustível
Um regulador de pressão de combustível ruim também pode esvaziar seu tanque de combustível mais cedo do que o normal. Geralmente esse regulador fica instalado dentro do tanque de combustível junto com a bomba, e é responsável por controlara pressão do sistema de alimentação, administrando a quantidade de combustível que vai para o motor. Se o regulador lança muito combustível pelo sistema, a mistura ficará mais rica.
É possível testar o regulador usando um medidor de pressão de combustível. Sistemas de injeção de combustível multiportas geralmente contém uma válvula de teste, onde se pode conectar um manômetro. Nesse caso o mecânico poderá verificar a pressão do sistema seguindo os seguintes passos:
I. Ligar o manómetro de combustível
II. Ligar o motor e engatar em marcha lenta
III. Ler a pressão do combustível no medidor e comparar com as especificações do manual do carro
IV. Se o medidor indicar pressão maior ou menor que o normal é preciso substituí-lo
Outros sintomas de um regulador de pressão defeituoso:
• Motor fraco para arrancar;
• Perda de potência do motor em altas velocidades.
11. Vazamento de vácuo gerado pelo motor
Para quem não sabe, o funcionamento do motor do carro gera um vácuo que é aproveitado por outros sistemas do veículo, como, por exemplo, o sistema de freio. O hidrovácuo de freio ou servo-freio usa parte desse vácuo para alavancar a força aplicada no pedal de freio pelo motorista e tornar mais fácil a tarefa de frear o carro.
Vazamentos de vácuo geralmente acontecem em torno de mangueiras de vácuo deterioradas e conexões soltas. Com o tempo, as mangueiras podem rachar, rasgar e desconectar-se dos seus encaixes. Vazamentos também podem acontecer ao redor da junta do coletor de admissão ou da junta do corpo de borboleta.
Um vazamento de vácuo pode afetar o funcionamento do módulo eletrônicos do carro e muitos sensores ou atuadores que precisam de vácuo para operar, como o sensor MAP.
Esse tipo de vazamento pode ser difícil de detectar. Enquanto o motor funciona, é difícil ouvir o som característico de um vazamento de vácuo. É por isso que os mecânicos de automóveis usam o estetoscópio de um médico.
Ao verificar os sensores que podem ser apontados com códigos de problemas na varredura do computador do veículo pelo uso do scanner automotivo, é importante que o mecânico também verifique as mangueiras de vácuo que podem estar conectadas ao sensor ou ao atuador.
Outros sintomas:
• Aceleração fraca
• Carro desliga
• Motor falhando
• Dificuldade para dar partida
12. Sincronização da Ignição
O aumento no consumo de combustível também pode ser causado pro problemas na sincronia da ignição. O sincronismo é mais lento principalmente quando o motor está operando em baixas rotações, de modo que as velas de ignição disparam faíscas antes ou depois do que o devido, fazendo com que a combustão queime apenas uma parte da mistura ar-combustível dentro do motor.
Além de consumir mais combustível, essa falta de sincronia fará com que a potência do motor caia. O motorista provavelmente percebe isso durante a aceleração.
Nos veículos com injeção eletrônica, o computador controla o avanço de temporização usando a entrada de vários sensores como:
• Sensor de posição do acelerador
• Sensor de pressão absoluta (MAP)
• Sensor da temperatura do líquido de arrefecimento do motor
• Sensores da posição da árvore de cames e da cambota
Para corrigir a sincronia de ignição em um motor moderno, é preciso localizar o sensor ou o módulo que está causando a falha.
Nos modelos de veículos mais antigos, a temporização é controlada por uma força centrífuga distribuidora, ou avanço a vácuo, e pode ser ajustada usando uma luz de temporização e girando o distribuidor.
Para obter mais informações sobre verificações e ajustes do tempo de ignição, consulte o manual de manutenção do veículo. De toda forma, é indicado procurar por uma oficina especializada em regulagem de motores e injeção eletrônica para fazer o conserto.
13. Válvula PCV
Quando o motor está em funcionamento, é normal que uma parte dos gases que escapam da câmara de combustão fiquem acumulados no cárter. O acúmulo destes gases prejudiciais pode reduzir a vida do motor.
O sistema de Ventilação Positiva do Cárter (PCV) é responsável por remover estes gases do cárter e direcioná-los de volta para a câmara de combustão, onde eles são re-queimados, em vez de liberados diretamente para o ambiente. Este é um método eficiente de ventilação e, atualmente, é obrigatório para atender as normas governamentais de emissão de poluentes pelos veículos. A maioria dos sistemas usam uma válvula mecânica para controlar a velocidade desse fluxo, enquanto outros usam um conjunto separador de óleo.
A tensão da mola da válvula controla o fluxo de vapores do cárter, impedindo o acúmulo de pressão no cárter, consumo excessivo de óleo e queima de óleo.
Além desses problemas, uma falha na válvula PCV pode enriquecer a mistura de ar-combustível, aumentando o consumo de combustível.
Para verificar o sistema de PCV um mecânico fará o seguinte:
I. Desconectar a válvula PCV do motor ou da mangueira de vácuo e agitá-la.
II. Na maioria dos modelos, a válvula deve chacoalhar. Caso contrário, a válvula está bloqueada ou inoperante.
III. Ligar e desligue o motor.
IV. Com a mangueira desconectada da válvula, bloquear a extremidade da válvula com o dedo.
V. Deve-se sentir a sucção do vácuo e a velocidade do motor deve cair de 40 a 60 rpm. Caso contrário, o sistema está com falha.
Outros sintomas de problemas na válvula PCV:
• Mistura rica de combustível;
• Falhas no motor;
• Diminuição do nível do óleo do motor;
• Fumaça preta saindo do escapamento.
14. Bomba de Combustível
Outro componente no sistema de combustível que pode causar aumento do consumo é a bomba de combustível, mais precisamente quando está operando com alta pressão.
Uma bomba de combustível pode trabalhar de forma ineficiente quanto sua válvula de alívio de pressão está danificada. Se a válvula não se abre na velocidade e na medida ideais, a pressão do combustível aumenta, enriquecendo a mistura ar-combustível e causando maior consumo de combustível.
Em sistemas modernos de injeção eletrônica, é fácil testar a pressão do sistema de combustível. A maioria dos veículos vem equipados com um encaixe de teste – cujo nome técnico é válvula Schrader – que pode ser conectado a um medidor de pressão de combustível e verificado, de acordo com os passos a seguir:
I. Depois de conectar o manômetro, liga-se o motor e engata-se uma marcha lenta.
II. Mede-se a pressão do sistema.
III. Em seguida, dependendo do modelo, desconecta-se a linha de vácuo do regulador de pressão de combustível.
IV. Mede-se a pressão indicada no manômetro.
V. Compara-se as medições com as especificações.
15. Pneus murchos ou muito grandes
Pneus murchos são uma das razões mais comuns – e banais – para o aumento no consumo de combustível.
Muitos veículos saem de fábrica equipados com sistemas de monitoramento de pressão dos pneus. No entanto, boa parte desses carros não alerta o motorista de que um pneu está murcho até que a pressão esteja 25% abaixo do ideal. Assim, mesmo com os pneus 20% murchos, o motorista não percebe que precisa calibrar os pneus e gasta cerca de 5% a mais de combustível. Isso reduz significativamente a eficiência energética do carro se você levar em conta os quatro pneus.
Você pode dirigir por semanas com pneus murchos sem perceber, a menos que verifique a calibragem dos pneus. Além de aumentar o gasto com combustível, isso também diminui a vida útil dos pneus, que têm suas bandas laterais desgastadas mais rapidamente e exigindo que sua troca seja antecipada.
Você pode fazer a medição e a correta calibragem dos pneus em postos de combustíveis, sempre que for abastecer o carro ou ainda manter um medidor de pressão de pneus no porta-luvas ou no porta-malas do carro. O ideal é verificar a pressão dos pneus pelo menos uma vez por semana.
A maioria dos pneus em veículos de passageiros tem uma calibragem máxima de 32 psi. Essa indicação pode ser encontrada nas marcações laterais do pneu. No entanto, alguns especialistas recomendam inflar os pneus de um a três libras abaixo da pressão máxima recomendada, a fim de compensar o aquecimento dos pneus e a expansão do ar em períodos de muito calor.
Além disso, o uso de pneus com largura maior do que a indicada para o carro também afeta o consumo de combustível. Isso porque a área de atrito maior com o solo exige mais força do motor.
Portanto, procure sempre manter a calibragem dos pneus em dia, de acordo com o recomendado pelo fabricante, bem como usar pneus do tamanho indicado para o seu carro.
16. Válvula de Purga do Cânister
Problemas com o sistema de controle de emissões também podem causar um aumento no consumo de combustível, especialmente quando a válvula de purga do canister apresenta falhas.
O canister faz parte do sistema de alimentação do carro. Ele é um reservatário que contém carvão ativado e é responsável por armazenar os gases de combustível que evaporam do tanque e, quando o motor começa a funcionar, a válvula do canister é acionada pelo módulo eletrônico de controle da injeção eletrônica. Quando acionada essa válvula de purga permite o fluxo desses vapores de combustível do canister para o coletor de admissão, para que o motor queime os gases armazenados.
Em alguns veículos mais antigos, a válvula em si pode ser controlada a vácuo e não eletricamente, dependendo do seu modelo de carro.
Além do maior consumo de combustível, quando essa válvula falha o motorista irá sentir:
- A piora no desempenho do motor
- O motor batendo
- Um forte cheiro de combustível no interior do carro.Quando essa válvula apresenta problemas a luz de injeção eletrônica do veículo fica acesa. Nesse caso, o mecânico deverá substituir a peça após confirmação de problemas mediante os testes indicados para cada modelo de carro.
17. Viscosidade do Óleo do Motor
A viscosidade incorreta do óleo pode não apenas causar um aumento no consumo de combustível, mas também outros danos mecânicos ao motor.
Os óleos do motor apresentam diferentes viscosidades que indicam a espessura do lubrificante. Óleos de motor geralmente variam de 5 a 50. Quanto maior o número de viscosidade, mais espesso é o óleo.
Os fabricantes de carros sempre recomendam uma determinada viscosidade de óleo para seus motores. Usar um óleo mais espesso pode sobrecarregar o motor com uma resistência extra durante seu funcionamento. Os componentes do motor exigirão mais energia para se movimentar, aumentando o consumo de combustível.
Verifique o manual do proprietário do seu carro para se certificar de que você está usando um óleo com a viscosidade correta para o seu motor.
Além disso, certifique-se que a vedação do compartimento de óleo está em perfeito estado e que a tampa não está danificada. Uma tampa danificada ou uma vedação deficiente também podem causar o aumento do consumo de combustível.
18. Freios travados
Freios travados também podem fazer com que o consumo de combustível do carro aumente. Isso pode ocorrer nas rodas dianteiras ou traseiras. Nas rodas traseiras a maioria dos veículos nacionais contam com sistema de freio a tambor, no qual geralmente o problema de trvamento é causado por pistões do cilindro de freio de roda presos, falhas no cilindro mestre ou no freio de mão. Já nas rodas dianteiras, onde os veículos normalmente contam com freios a disco, o problema geralmente é o encaixe mal feito das pastilhas.
Em ambos os casos o mecânico deverá desmontar o sistema para fazer o diagnóstico, que fica evidente quando as pastilhas e/ou as pinças de freio estão com nível de desgaste anormal.
19. Catalisador
A contrapressão de sistema de exaustão também pode aumentar o consumo de combustível. Isso geralmente acontece quando o catalisador ou o silenciador entopem, impedindo a passagem do fluxo de gases resultantes da combustão até o escapamento.
Outros sintomas que você pode notar incluem perda de potência do motor quando o nas acelerações e quando o motor “morre” quando o carro está em ponto-morto
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Se você suspeitar de um entupimento no sistema de exaustão, verifique se o catalisador está entupido. Se estiver, deve-se fazer a troca da peça.
20. Problemas no Sistema de Transmissão
Problemas no sistema de transmissão, tanto automáticos quanto manuais, também podem causar um aumento no consumo de combustível.
Num câmbio manual, por exemplo, a embreagem pode se desgastar e causar deslizamento, impedindo o correto engate das marchas. Você notará a aceleração mais lenta que o normal, principalmente em marchas lentas e em subidas.
Em uma transmissão automática, peças como o conversor de torque desgastados também podem causar problemas semelhantes. Se a aceleração “desliza” mesmo com o carro engatado, pode haver um problema com válvulas, vazamentos internos, baixo nível de óleo do câmbio ou filtro entupido.
Se notar esses sintomas, procure uma oficina mecânica especializada em transmissão e câmbio.
21. Vazamentos no Sistema de Combustível
Vazamentos de combustível podem acontecer praticamente em qualquer lugar no sistema de alimentação do carro, especialmente em mangueiras e conexões, além de componentes como o filtro de combustível e até no próprio tanque de combustível.
A ferrugem causada pela água presente no combustível pode perfurar um tanque metálico. No caso dos tanques de combustível fabricados com plástico, as perfurações podem ser causadas por detritos nas vias, como pedras.
Se você sentir o cheiro de combustível dentro ou fora do veículo, procure por vazamentos ao redor do tanque de combustível. Inspecione também o caminho feito pelas mangueiras de combustível do tanque até o motor e procure por manchas molhadas em volta dos componentes do sistema de alimentação e no chão.
E caso de problema procure uma oficina para fazer o reparo ou a troca dos componentes danificados o quanto antes.
22. Rodas desalinhadas ou desbalanceadas
Rodar com as rodas desalinhadas ou desbalanceadas também vai acarretar maior consumo de combustível. Isso ocorre porque, com o ângulo das rodas fora do eixo ideal, o motor precisa fazer mais força para movimentar o veículo, gastando mais combustível.
É relativamente fácil notar quando seu veículo está desalinhado ou desbalanceado. Um teste simples de se fazer é tirar as mãos do volantes por alguns segundos quando estiver numa reta plana. Se o volanta virar para algum lado há um problema no ângulo ou equilíbrio das rodas.
Outra verificação fácil de se fazer é observar o desgate dos pneus. Se os pneus se desgastam de forma desigual na parte interior e exterior, também é provável que as rodas estejam desalinhadas.
Nesses casos a coisa certa a fazer é procurar uma oficina especializada e fazer o alinhamento e o balanceamento do carro. Além de economizar combustível, isso vai ajudar a aumentar a vida útil dos pneus e de outras peças do sistema de suspensão e direção do carro.
Uma última observação é que o alinhamento e balanceamento não precisam ser feitos de forma preventiva. Contudo, devido a irregularidade das vias no Brasil é comum que se faça esses serviços em todas as revisões preventivas, ou seja, aproximadamente a cada 10 mil km.
Para um diagnóstico mais rápido
Quando seu carro consome mais combustível do que o normal, você não precisa adivinhar onde está o problema ou começar a jogar dinheiro em peças esperando que isso resolva o problema. Comece digitalizando DTCs e preste atenção a qualquer sintoma que você tenha notado; e verifique os sistemas e peças que necessitam de manutenção, usando este guia como referência. Logo, você encontrará o “culpado” e seu consumo de combustível voltará ao seu nível normal.
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