Todo gestor de oficina mecânica passa por dificuldades e desafios que precisam ser superados. Saber como atrair clientes, comprar ferramentas com maior tecnologia, ter a gestão financeira sob controle, conseguir peças a um bom preço, oferecer um serviço de qualidade e manter a oficina organizada são alguns deles.
Por este motivo o Sindicato Intermunicipal da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de Mato Grosso (Sindirepa/MT) entrevistou alguns de seus associados de fora da capital mato-grossense. A intenção foi entender as maiores dificuldades na gerência da oficina e assim procurar formas efetivas de os ajudar a supera-las.
Há 32 anos no mercado de Nobres, a oficina Ajax Auto Center é gerenciada por David Prates. A empresa trabalha com mecânica em geral, para o empresário os maiores problemas são a inadimplência dos clientes e o poder aquisitivo das pessoas. “Além disso temos impostos muito altos, esse ambiente dificulta a vinda de novos clientes”, disse Prates.
Em Nova Mutum, Genuíno Mocelin trabalha com a Mocelin Auto Center há sete anos. Ele veio do sul do país onde ficou estabelecido por mais de 24 anos. Genuíno relata não ter problemas com a inadimplência e revela que a economia local vai bem. A oficina dele conta com 38 colaboradores e recebe cerca de 500 veículos por mês em três unidades da empresa. “Para mim o maior problema é a alta rotatividade de funcionários que não possuem muita lealdade com a empresa”, declarou.
Para Darley Manfio da Keko Auto Center em Lucas do Rio Verde, a falta de profissionais qualificados dificulta o seu negócio. “Temos objetivo de aumentar a empresa e contratar mais funcionários, porém não posso colocar alguém aqui que não saiba executar as funções. O trabalho com treinamento exige muito tempo e investimento. Por enquanto estamos a procurar”, comentou Manfio.
Fast Eletrônica Automotiva está no mercado de Sorriso há mais de oito anos. Eles possuem 18 funcionários e recebem por volta de 400 veículos por mês. Quem comanda tudo isso é o empresário Ronivaldo Borges que relata a queda do movimento por causa da crise financeira. A empresa é hoje referência quanto a agricultura de precisão. Eles instalam uma espécie de motorista automático em caminhões agrícolas.
Leandro Carvalho Dias é proprietário da DK Auto Center, a empresa funciona há quase um ano em Sorriso. Dias relata que os clientes são excelentes e a inadimplência é quase zero. Lá o serviço é cobrado por hora e os colaboradores são instruídos do preço adequado para cada serviço. Grande fatia do lucro dele vem da venda de peças automotivas. “A nossa maior dificuldade está na compra de peças a um preço melhor, assim reduzir os custos e aumentar a lucratividade”, afirmou.
Para Antônio Bogo Júnior o maior problema do mercado é o trabalho informal realizado por oficinas irregulares, que geram uma concorrência desleal. Bogo é proprietário da Junão Auto Center em Sorriso, ele planeja aumentar a empresa e contratar mais funcionários. “Estamos a procurar por funcionários qualificados, mas não é fácil”, disse.
Todos esses problemas relatados pelos gestores das empresas de reparação de veículos são há algum tempo estudados pelo Sindirepa/MT. De acordo com o presidente da entidade, Fausto Massao Koga, o sindicato vem a procurar métodos para facilitar o dia a dia das empresas. Alguns pontos já estão a ser trabalhados como cursos técnicos para aperfeiçoamento profissional dos colaboradores e gestores, missões nacionais e internacionais, certificados de qualificação empresarial, sistema coletivo de compra de peças e contato com autoridades competentes quanto a informalidade no mercado.
“Trabalhamos para resolver todos os problemas dos nossos empresários. O sindicato está dentro das oficinas a ouvir o que os gestores têm a dizer. O papel da entidade é justamente buscar soluções para essas dificuldades e promover o crescimento da economia deste mercado. Essa é a nossa missão e o dever de uma entidade preocupada com o setor”, explicou Koga.
