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Injeção eletrônica: a evolução da tecnologia e as oportunidades para as oficinas

Você sabia que o primeiro sistema de injeção eletrônica para automóveis foi lançado nos Estados Unidos em 1957? Aqui no Brasil, quem é mais velho de profissão ainda se lembra da grande novidade que foi a chegada do Gol GTi, apresentado no Salão do Automóvel de 88. Era uma “máquina de sonho”!

Para os mecânicos, a introdução da tecnologia foi um grande desafio. Era tudo muito diferente do carburador, um “velho conhecido” das nossas oficinas. Foi preciso estudar muito, comprar equipamentos e também sofrer bastante! A injeção teve um longo caminho até se adaptar à realidade brasileira.

Hoje, vamos relembrar um pouco dessa história, apresentar para você as novidades que estão chegando, como tornar a manutenção eletrônica uma ótima fonte de renda para a oficina e a importância de conscientizar os clientes sobre os cuidados básicos com o sistema. Achou legal? Vamos em frente!

A popularização da injeção no Brasil 

Apesar de todos os desafios do início, hoje o nosso país é uma referência mundial em injeção eletrônica. Temos muita experiência no desenvolvimento de sistemas flex e na produção de peças capazes de suportar combustíveis misturados, como a gasolina com etanol e o diesel com biodiesel.

Hoje, contrariando até as previsões mais otimistas, a tecnologia está presente em toda a frota nacional, desde as motos de baixa cilindrada até os caminhões mais sofisticados. É um mercado enorme para os mecânicos especializados! Mas esse caminho não foi fácil. Vamos relembrar como tudo aconteceu?

Volkswagen Gol GTi

A história da injeção eletrônica no Brasil começou com um modelo esportivo e muito exclusivo. Em 1988, como a importação de itens eletrônicos era limitada pelo governo, a Volkswagen conseguiu uma licença inicial para trazer apenas 2.000 kits. O sistema era analógico e a ignição usava um módulo separado.

Volvo FH 12

Em 1994, foi a vez da Volvo surpreender as transportadoras brasileiras com o início das vendas do primeiro caminhão que rodou por aqui com injeção eletrônica. Nos primeiros anos, o modelo foi importado da Suécia. Diante do grande sucesso, a produção nacional começou quatro anos depois.

Volkswagen Gol Total Flex

A marca alemã deu outro passo muito importante em 2003, com o lançamento do primeiro sistema flex nacional. Apesar de algumas limitações (os motores multicombustíveis sempre perdem em alguns pontos), a tecnologia garantiu a tranquilidade dos clientes e se tornou o novo padrão da nossa frota.

Honda CG 150 Titan

Em 2008, uma grande novidade foi a atualização da CG, com a substituição do carburador pela injeção eletrônica. No ano seguinte, os japoneses foram além e criaram a tecnologia “Mix”. A nossa motocicleta mais popular se tornou a primeira do mundo capaz de rodar com qualquer mistura de gasolina e etanol.

Audi 1.8 TFSI 

A partir de 2013, os modelos importados da Audi começaram a chegar por aqui com uma tecnologia incrível: uma injeção dupla, combinando as vantagens dos sistemas indireto (no coletor de admissão) e direto (nos cilindros). No mundo, a Toyota foi a primeira a usar essa inovação, introduzida na linha Lexus em 2005.

BMW 320i ActiveFlex

No início de 2014, poucos meses antes de inaugurar sua fábrica brasileira na cidade catarinense de Araquari, a BMW lançou um modelo feito sob medida para o nosso país. O grande destaque era o motor 2.0 de quatro cilindros, o primeiro do mundo a unir injeção direta, sistema flex, 16 válvulas e turbo.

A manutenção das diferentes injeções 

Hoje, qualquer que seja o porte da oficina, o primeiro desafio é estar preparado para trabalhar com três tecnologias bem diferentes: a injeção indireta, a direta e a direta common rail dos motores diesel. Como esses sistemas estão presentes desde os carros mais populares até as picapes, não dá para escapar!

Seja um “mecatrônico”

Para ser um profissional de sucesso, o mecânico moderno precisa ter um bom conhecimento de eletroeletrônica e estar sempre em busca de novos cursos e informações técnicas confiáveis. Como você notou ao ler o histórico, a cada novo lançamento a tecnologia foi ficando melhor e também mais complicada.

No Brasil, o grande uso de combustíveis renováveis (etanol e biodiesel) também torna a manutenção mais difícil, principalmente nos motores com injeção direta flex ou common rail. As peças geralmente são caras e a responsabilidade é grande. É preciso ter os equipamentos certos e estar muito bem treinado.

Alerte seus clientes

Na manutenção desses veículos, outro ponto fundamental é ter uma conversa franca e conscientizar os clientes. Quem abastece em qualquer posto, coloca óleo barato, não troca os filtros no intervalo certo e acha que as manutenções preventivas são uma bobagem, acaba “vivendo” dentro da oficina!

O pior é que, na maioria das vezes, essas pessoas não assumem seus erros e são as primeiras a difamar a oficina, o mecânico e o modelo do carro. Sempre que você encontrar sinais de mau uso ou descuido na manutenção do motor, dê o alerta! Se achar necessário, até informe os cuidados básicos na nota fiscal.

Como aumentar os ganhos com a injeção

Desde o lançamento do Gol GTi até hoje, imagine quantos milhões de veículos rodam com injeção eletrônica no Brasil. Qualquer que seja sua especialidade – motos, carros, utilitários, caminhões ou ônibus – existe um mercado imenso e muito lucrativo para ser explorado. Vale a pena investir nessa tecnologia!

Hoje, existem cursos avançados, scanners importados e vários equipamentos para você ir muito além dos reparos comuns e até aumentar o movimento da oficina apenas com a manutenção desses sistemas. O melhor é que são serviços lucrativos e com pouca concorrência. Confira algumas opções:

  • diagnósticos avançados e reprogramação,
  • manutenção de injetores “indiretos e diretos”,
  • consertos eletrônicos dos módulos,
  • recuperação de bombas e injetores diesel,
  • restauração dos sistemas de carros antigos,
  • conversões de veículos com carburadores,
  • preparação de protótipos para corridas.

Onde buscar informações confiáveis?

Durante muitos anos, o maior desafio dos mecânicos que trabalhavam com injeção eletrônica era conseguir os dados técnicos. Mas esse problema quase não existe mais. Além do grande intercâmbio que acontece na internet, existem empresas especializadas e até o apoio das montadoras. Veja esses exemplos:

O que esperar do futuro da tecnologia? 

Apesar do avanço recente dos carros elétricos, você pode ter uma certeza: ainda teremos veículos rodando com motores tradicionais por muitas décadas. O mecânico que estiver atento e começar a investir na manutenção de sistemas eletrônicos, desde o motor até os freios, terá cada vez mais sucesso!

Para dar um exemplo, a partir de 2022, os veículos leves e pesados vendidos no Brasil (nacionais e importados) terão novas leis de emissões de poluentes. Os sistemas de injeção e os catalisadores ficarão ainda mais sofisticados. Já pensou quando essa frota sair da garantia, quem será capaz de consertar?

Mundo afora, os avanços tecnológicos também não param. Em 2017, a Mazda apresentou um novo conceito de motor, batizado de Skyactiv-X. Sua inovação é misturar os ciclos Otto e Diesel: combina a ação das velas com um sistema de ignição por compressão. Imagine como é regular essa injeção!

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Autor: Sindirepa MT

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