Um dilema que vivemos todos os dias na oficina: o cliente liga pedindo socorro mecânico e diz:
“Meu carro não pega!”
Afinal, qual a diferença entre pegar e iniciar uma partida?
Pegar é quando o motor entra em funcionamento, iniciando seu ciclo de combustão.
Partir é quando o motor de arranque gira o motor para iniciar seu ciclo de combustão.
Esta incógnita leva muitos a rodar certa distância e chegar até o local e não estar preparado para o referido socorro. Quantas vezes você foi preparado para realizar um teste elétrico e chegando ao local o problema era falta de combustível?
Vamos à trajetória do Sistema para entendermos melhor
Os primeiros veículos não tinham uma partida assistida eletricamente, era feita por manivela, que popularmente em algumas regiões chamavam de manico.
Motor de Partida
É um motor elétrico, com funcionamento periódico, ou seja, apenas por um período de tempo ele fica acionado. Não é como um motor elétrico comum que gira por todo o tempo ou um alternador. O motor de partida deve respeitar a cada partida de no máximo 15 segundos, evitando seu desgaste prematuro ou até mesmo a queima de seus componentes.
1. Automático ou Chave Magnética
Sua função é, ao receber o sinal de partida pela linha 50 do comutador de ignição, puxar o:
2. Garfo de Partida,
que por sua vez impulsiona o
3. Bendix
À frente e o atraca ao volante do motor. E seus contatos internos fecham a alimentação elétrica da bobina de campo que induzirá o movimento mecânico do eixo motor.
4. Induzido Móvel
O induzido, aqui é diferente do Sistema de Carga, onde o induzido é fixo, chamado de estator, e na partida o Induzido é móvel.
5. Bobina de Campo (Fixa)
Aqui, como o induzido, é uma peça que também existe no alternador, que é o Rotor, mas no Alternador é uma bobina móvel.
ATENÇÃO
No alternador, a bobina de campo (Rotor) induzirá o Estator a produzir energia elétrica. Já no motor de partida, a Bobina induzirá o eixo a rodar com torque suficiente para que o motor a combustão possa entrar em funcionamento.
Nos veículos dotados de STARSTOP, os motores de partida têm componentes mais reforçados em sua construção, pois seu acionamento é exigido por mais vezes.
Circuito Elétrico
A linha 30 representa alimentação elétrica positiva, direto da bateria, ligada ao automático de partida. A linha 50 recebe sinal para impulsionar o funcionamento através da chave de ignição.
Manutenção
A manutenção do motor de partida é simples, mas requer atenção e conhecimento técnico.
1. Desmontagem
Fique atento à forma correta de prendê-lo à morsa, conforme a imagem acima.
Após prendê-lo à morsa, solte os parafusos que prendem o automático e retire-o.
Fique atento quando for substituir um automático, quanto às suas características, alguns modelos diferem apenas nas partes mecânicas, como o ressalto em sua base, mas interferem em seu funcionamento.
Troque sempre o conjunto completo, automático e pistão, que fazem parte do grupo.
Próximo passo: retire o mancal traseiro soltando a trava do induzido.
Solte o suporte de escovas, faça uma inspeção visual quanto ao desgaste e meça se não há curto circuito.
Retire a carcaça central, que aloja a bobina de campo, e meça a bobina quanto a curto circuito ao negativo, inspecione seu isolamento, que, em alguns modelos, é emborrachado, e em outros, como o da foto, o enrolamento é de fita cadarço.
Após retirar a bobina e sua carcaça, teste o induzido, quanto a curto circuito,
e inspecione o coletor de cobre, quanto à solda fria (solta), desgaste excessivo.
Veja se não há desgaste nas buchas de centralização que ficam prensadas aos mancais dianteiro e traseiro.
Após realizar todos os testes e análises visuais, monte o motor de partida, que segue a regra, o primeiro que se desmonta é o último que se monta.
Após a montagem, é necessário realizar o teste em bancada.
Existem vários tipos de falhas, além das relacionadas. Nos modelos mais atuais, com bobina de campo por imã, nos motores de partida DW, a trinca do imã interfere no funcionamento da injeção eletrônica, fazendo parecer falhas de injeção, e na verdade sendo no motor de partida. Busque na edição 113, de fevereiro de 2018, quando detalhamos esta falha.
Para mais informações, entre em contato conosco, busque informação técnica a cada edição da Revista Reparação Automotiva!