Apresentamos na última edição da Revista O Mecânico (292, agosto de 2018) a primeira parte da revisão de 90 mil quilômetros em um Honda Fit (2009/2009) de segunda geração, versão EXL 1.5 flex com câmbio manual. A matéria mostrou o processo de diagnóstico e a manutenção básica indicada para este
modelo, com os procedimentos adotados pela rede DPaschoal.
Nesta segunda parte, confira o procedimento de substituição dos discos e pastilhas de freio do monovolume. No carro desta reportagem, o limite de desgaste dos discos estava além da espessura mínima indicada no componente original (19 mm, na dianteira, e 8 mm, na traseira). A substituição foi realizada por Danilo Ribeiro, instrutor de treinamento técnico do CTTi/Dpaschoal.
1. Retire a mola de trava da pinça com uma chave de fenda.
2. Solte a pinça (pinos superior e inferior) com uma chave Allen 7 mm. Com uma chave de fenda, faça a alavanca para soltar a pinça do cavalete.
3. Desencaixe a pastilha.
4. Jamais deixe a pinça pendurada pelos flexíveis, que não foram projetados para aguentar tensão (somente pressão). Prenda-a na torre de suspensão com uma corrente.
5. Na DPaschoal, utiliza-se um alicate-trava no flexível para que o fluido de freio antigo não retorne ao sistema.
6. Remova a tampa do sangrador, coloque a mangueira do reservatório que irá capturar o líquido antigo e, com uma chave estrela de 7 mm (ou uma chave de conexão), abra-o.
7. Utilize uma ferramenta especial para recuar o êmbolo. Encaixe-a e rosqueie-a para que o líquido antigo saia para baixo.
8. Feche o sangrador e solte o alicate-trava
9. Use uma chave-estrela de 17 mm (ou um soquete de mesma medida com cabo deslizante) para soltar os dois parafusos do cavalete.
10. Remova o cavalete e limpe-o com uma lixa de metal.
11. Com uma chave phillips, solte os dois parafusos de fixação do disco.
Obs.: Neste carro, devido à rodagem em ambiente litorâneo, havia corrosão excessiva dos parafusos, o que dificultou a remoção. Para isso, foi aplicado óleo desengripante e feita a remoção com uma haste de metal (punção).
12. Nos carros mais modernos, evite o martelo para remover o disco. Em vez disso, coloque dois parafusos de 13 mm e aperte-os até o fim com o auxílio de uma chave L (12a). Desta forma, o disco sai facilmente (12b).
13. Faça a limpeza do cubo de roda com uma lixa para ferro. Use também uma escova de aço e, com uma flanela, remova o excesso de sujeira. Veja a diferença do antes (13a) e depois (13b).
14. Com um relógio comparador, meça o empenamento do cubo de roda. O ponteiro deve estar na extremidade do cubo.
15. Faça a limpeza do cavalete com a escova de ferro. Limpe também os pinos deslizantes no esmeril.
16. Lubrifique o cavalete com uma graxa especial.
17. Faça o mesmo nos pinos deslizantes e reinstale-os na pinça.
18. Compare o disco antigo com o componente novo.
19. Limpe o disco novo (que vem na caixa com uma fina camada de óleo para proteção) e instale-o no cubo. Coloque os dois parafusos de fixação.
20. Reinstale o cavalete.
21. Solte a pinça e faça a limpeza da borda do êmbolo e outros pontos da pinça com uma lixa.
22. Instale as pastilhas novas.
23. Com uma chave Allen de 7 mm, rosqueie o pino deslizante e faça o aperto.
24. Reinstale a mola de pressão.
25. Com o relógio comparador, confira as medidas do disco instalado. A tolerância máxima é de 1 décimo (ou 10 centésimos).
Freio traseiro
26. Na traseira, os freios desta versão EXL também são a disco (a configuração mais simples do Fit de segunda geração, chamada de DX, trazia sistema a tambor na traseira). Com uma chave estrela de 12 mm, solte os dois parafusos que fixam a pinça de freio. Uma chave de 17 mm é necessária para segurar a porca do parafuso da pinça.
27. Retire a pinça do cavalete. Se necessário, utilize uma chave de fenda. Na sequência, remova as pastilhas antigas.
28. Assim como na dianteira, a DPaschoal utiliza alicate-trava para fechar o flexível.
29. Posicione a mangueira do reservatório de coleta na ponta do sangrador e, com a chave 10 mm (ou chave de conexão), abra-o.
30. O êmbolo traseiro precisa de uma ferramenta especial para ser recuado. Encaixe-a e empurre o êmbolo.
31. Na roda traseira esquerda, recue o êmbolo no sentido horário. Na traseira direita, faça o movimento no sentido anti-horário. Deixe o êmbolo reto para fazer o encaixe da pastilha. Feche o sangrador.
32. Amarre a pinça traseira para não danificar o flexível.
33. Utilize soquete ou chave soquete de 14 mm para soltar os dois parafusos do cavale
34. Após retirar o cavalete, solte os parafusos de fixação do disco. Aqui, foi realizado o mesmo processo com a ferramenta de punção dos discos dianteiros (devido à corrosão e engripamento dos parafusos). Como nos discos dianteiros, use parafusos de 13 mm para apertar o disco e removê-lo.
35. Lixe o cubo de roda e também a pinça.
36. Limpe o disco novo e encaixe-o no cubo com os dois parafusos.
37. Limpe o cavalete com a escova de aço e cheque se os pinos deslizantes estão cumprindo sua função (sem emperramento).
38. Lubrifique com graxa para freios o cavalete traseiro e reinstale-o.
39. Aplique spray anti-ruído nas pastilhas traseiras, pois elas não vêm com a proteção de fábrica (ao contrário das dianteiras). Instale as pastilhas, recoloque a pinça de freio e os dois parafusos.
40. Faça o aperto com a chave de 12 mm (e segure com uma chave de 17 mm).
Troca do filtro de combustível
41. Esgote o máximo possível de fluido antigo no reservatório. Cheque na tampa do reservatório a especificação do fluido recomendado para o veículo. Neste caso, é DOT-4.
42. Para a sangria em carros equipados com ABS, como este Honda Fit, comece pela roda dianteira esquerda e dê sequência em forma de “Z” (portanto, na seguinte ordem: 1-dianteira esquerda; 2-dianteira direita; 3-traseira esquerda; 4-traseira direita). Com o auxílio de uma máquina para sangria de freios, abra o sangrador e, quando o líquido ficar rosa (fluido novo), feche-o. Importante: só pare a máquina depois de fechado o sangrador, para que não haja ar no sistema. E não se esqueça de recolocar a tampa do sangrador.
43. Terminado o processo, verifique o nível do reservatório do fluido de freio.
44. Na cabine, cheque a firmeza do pedal de freio e a altura do freio de estacionamento.
45. Finalizado o processo de manutenção do sistema de freios, faça um teste de rodagem para certificar-se de que não há problemas. Com o veículo a 70 km/h, freie progressivamente até 20 km/h e retome marcha gradualmente até os 70 km/h novamente para repetir o processo. Faça este ciclo por 20 vezes.
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